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O verso se o real me parece uma coisa desigual, do poema “Alexandrínicos Dilemas” presente na obra O Olhar Diagonal das Coisas de Ana Luísa Amaral, centrou a discussão na Mesa 9 da 24.ª edição do Correntes d’Escritas, que juntou à conversa os escritores Afonso Reis Cabral, Bernardo Pinto de Almeida, Gonçalo M. Tavares, Marcial Gala e Patrícia Portela, com moderação de João Gobern.

Coube a Afonso Reis Cabral “quebrar o gelo” na manhã de sábado na sala principal do Cine-Teatro Garrett. O poeta refletiu sobre o fenómeno do ChatBot – programa de computador que tenta simular um ser humano na conversação com as pessoas. – que “escreve como alguém que não é alguém, desprovido da verdadeira dimensão humana e literária”. Para Afonso Reis Cabral “é a Literatura que funciona como aproximação ao outro, por muito outro que este seja, porque a arte está aí para abraçar as incompreensões”.

Para Marcial Gala é fundamental abordar “o horror da presença humana”, explicando que em Cuba “escapar do real é algo essencial numa realidade em que pensar livremente é perigoso e onde há muitos artistas, escritores, pensadores presos”. Patrícia Portela confessou ter ficado “atrapalhada pela frase”, tendo parado “logo no se”, pois se “a realidade está arrumadíssima” será apenas “à primeira vista, de longe e sem óculos”. De perto, “é um real que me parece desigual”, com “mais para uns, menos para outros.”

Bernardo Pinto de Almeida citou a obra icónica Bartleby, o Escrivão de Herman Melville, para abordar o “lugar do escritor, do artista no ato da criação”. Para o poeta e ensaísta “é precisamente na dissolução da identidade que é possível escrever. Não se é autor de nada, é-se autorizado pelo texto, escrito pelo texto, atravessado pela criação, por um esvaziamento de si e, no final, com a obra escrita, o autor está desresponsabilizado do que fez”.

A concluir a discussão da Mesa 9, Gonçalo M. Tavares falou sobre uma crescente “cegueira em relação à diferença”. Para o escritor e professor universitário, a “Educação está a construir baldes vazios, com dois olhos e pouco pensamento”, que vão recebendo água passivamente e esvaziam de novo. “Hoje temos gerações muito qualificadas em termos de doutoramentos, mas pouco qualificadas em termos de pensamento” e é aí que importa relevar o papel da “arte, que faz tremer esta realidade burocrática e de ausência de pensamento”, concluiu.

Consulte o programa completo e acompanhe o 24.º Correntes d´Escritas no portal ou nas redes sociais da Câmara Municipal.

Aviso: condicionamentos de trânsito

No âmbito de duas intervenções nas saídas do nó da Póvoa de Varzim para a A28, promovidas pela concessionária Norte Litoral, o Município informa para cortes de trânsito nos dias 24, 25, 27 e 28 de março.

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Aviso: condicionalismos de trânsito no dia 24 de março

No dia 24 de março, devido à realização de uma Via-Sacra Pública, estará interdita a circulação de trânsito de todos os veículos a partir das 21h30 e até ao final do evento na Rua Cidade do Porto, Rua Manuel Silva, Praça da República, Rua Dr. Sousa Campos, Praça do Almada, Rua Dr. Leonardo Rodrigues, Rua António Leite Dourado, Rua Flávio Gonçalves, Rua de Costa Júnior, Rua do Senhor do Bonfim, Rua 1.º de Maio, Rua do Cidral e Rua da Conceição.

Aviso: circulação condicionada pela Procissão do Senhor dos Passos

Por força da realização da Procissão do Senhor dos Passos, estará interdita a circulação de trânsito e o estacionamento de todos os veículos na Rua Direita, Rua Padrão da Vila e Rua Tomé de Sousa, em Rates, no dia 2 de abril, das 15h00 até ao termo da procissão.

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Aviso: Circulação condicionada pela requalificação da Rua Rocha Peixoto

Desde 16 de novembro, realizam-se os trabalhos de “Arranjo Urbanístico da Rua Rocha Peixoto", que levarão ao corte de trânsito nessa via pelo período de 5 meses, duração prevista da empreitada. 

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